domingo, 25 de novembro de 2007

Goonies are good enough


Quando os Goonies foi lançado nos cinemas, no longínquo ano de 1985, eu lembro de ter ficado fascinado com o clipe da música de Cindy Lauper que vi no Fantástico, mas infelizmente não o vi nos cinemas, assistindo-o apenas quando estreou na TV. E quando isso aconteceu... Uau. Que filme! Eu era criança, pré-adolescente, não assistia filmes pensando em roteiro, direção, nem nada dessas coisas, mas eu sabia que aquele filme era perfeito em todos os quesitos. Quando se é criança, adolescente, pensa-se apenas no entretenimento, no prazer de assistir um filme que te provoque alegria, adrenalina, comoção, e os Goonies traduz com perfeição a magia das fantasias infantis. Não fantasias de fadas, duendes, castelos medievais com ogros e dragões, mas, sim, viver uma aventura: um mapa de tesouro, piratas, vilões cartunescos, amizade a toda prova, a garotinha ruiva, um monstro que é uma criança superdesenvolvida, salvar o seu lar, ser um herói. Quem nunca quis ser um Goonie? Quem nunca sonhou ser um caçador de aventuras como Mickey, Bolão, Bocão e Dado? Eu queria. Sempre que me perguntam qual o meu filme preferido, esperando que eu diga um desses hiper conceituados, cinema de arte, um filme político ou cabeça, eu respondo sem titubear: os Goonies. Na maior parte da vezes tiram onda com a minha cara por causa disso, mas eu não me importo. Sim, The Goonies é o meu filme preferido. Posso assisti-lo trocentas vezes sem enjoar. Mas, infelizmente, a tv não o reprisa mais, preferindo passar Esqueceram de Mim 4, Dr. Doolitle 2, ou qualquer besteira das gêmeas Olsen. Há crianças que nunca viram os Goonies, isso é um pecado. Mas não apenas as crianças, todas as pessoas deveriam pelo menos uma vez por ano assisti-lo para resgatar um pouco dentro de si aquele espírito de sonho e inocência perdida. Alguém precisa ser muito rabugento, muito azedo, amargo, para não esboçar pelo menos um sorriso ao ver Bocão (Corey Feldam, um ícone dos anos 80) botando terror na empregada hispânica ao traduzir errado para ela as ordens da patroa, ou quando Bolão é torturado e fala sobre como fez toda uma platéia de cinema vomitar, ou não se emocionar ao ver o Mickey (Sean Astin, o Sam de O Senhor dos Anéis) incitar os amigos a insistirem em seu sonho de encontrar o tesouro de Willy, o Caolho, caso contrário eles se separarão e os Goonies deixarão de existir. E Sloth, a aberração mais camarada, simpática e querida do cinema? Produzido por Steven Spielberg, dirigido por Richard Donner (da série Máquina Mortífera) e roteirizado por Chris Columbus (diretor dos dois primeiros Harry Potter) o Goonies para mim é mais que apenas cinema, é magia pura e simples, magia que não precisa ser ensinada em Hogwarts alguma, mas que nasce da nossa imaginação e da nossa eterna infância.


Na foto os atores e o diretor Richard Donner 20 anos depois.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Anos 80


Esse blog não é sobre o filme Os Goonies, mas, sim, sobre os anos 80. Já há algum tempo eu alimentava a idéia de criar um espaço no qual eu pudesse falar exclusivamente sobre a década de 80, mas me faltava um nome. Precisava ser um nome plenamente identificável com aquela que durante algum tempo foi chamada de “década perdida”. Hoje tive um flash: Gonnies. Mas claro. Como eu não havia pensado nisso antes? Os Goonies é o meu filme preferido, não apenas dentre os filmes oitentistas, mas dentre todos os filmes já vistos por mim até hoje. Mas por que criar um blog sobre os anos 80? Ah, pra exteriorizar um pouco a minha nostalgia. Para dialogar com pessoas que também sintam saudade daquela época na qual éramos felizes e não sabíamos. Essa visão nostálgica dos anos de nossa infância é comum a todas as pessoas de todas as idades quando elas chegam a idade adulta e se confrontam com as responsabilidades da vida. Mas será que é apenas isso que torna os anos 80 especiais para mim e para tantos outros? Creio que não. Vejo adolescentes, alunos meus, fascinados pela década de 80, sentindo saudade de uma época que não viveram. Enquanto escrevo esse texto ouço “Only Time Will Tell”, do Asia, tema de um comercial do cigarro Hollywood. Naqueles tempos comerciais de cigarros eram maneros. Vejam só. Então, acho que as maiores características dos anos 80 eram a simplicidade, o exagero, uma certa ingenuidade e o descompromisso. Enquanto os anos anos 60 e 70 foram marcados pelo engajamento político, pela rebeldia, os anos 90 pelo cinismo, pela ausência de romantismo e pela ideologia ecológica, os 80 pode ser definido como um período de descobertas, de alienação política e de romantismo. Os jovens não queriam mudar o mundo, queriam se divertir e amar. Bom, esse texto já ta muito longo. Nos próximos posts, quando eu falar sobre os filmes, músicas, telenovelas, séries, minisséries, programas de auditório, infantis e tudo o mais expressarei melhor o que me torna um irremediável saudosista apaixonado pelos anos 80. Para quem passar por aqui, gostaria que dissesse o que a década de 80 significa para você.